segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ANP autoriza Chevron a colocar 3º tampão em vazamento de óleo

A petroleira americana Chevron recebeu nesta quinta-feira autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para injetar um terceiro "tampão" de cimento no poço que provocou o vazamento de óleo no dia 7 de novembro no Poço do Frade, na Bacia de Campos, na costa do Rio de Janeiro. A medida é parte do processo de selamento permanente e de abandono do poço pela empresa.
Segundo a Chevron, quatro equipamentos de contenção do vazamento de petróleo foram instalados no Campo do Frade. Os contêineres estão recolhendo as gotas de óleo que ainda emergem do fundo do mar. A Chevron informou que foram colocadas boias no mar para identificar a direção e a velocidade das correntes marinhas na região. Os dados coletados mostram que as correntes continuam levando a mancha de óleo para longe da costa.
O inquérito instaurado para apurar as causas e as responsabilidades sobre o vazamento deve ser concluído e encaminhado à Justiça Federal na próxima semana, segundo afirmação desta quinta-feira do delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal. Segundo ele, foram ouvidas 30 pessoas, entre funcionários da petroleira, da Transocean, empresa contratada pela Chevron para realizar as perfurações, e de outras companhias terceirizadas. "Estou convencido de que a Chevron não tem um comportamento responsável com as atividades com que se comprometeu a atuar no Campo de Frade", adiantou o delegado, ressaltando que não pedirá a prisão dos responsáveis, mas defendendo "indenizações altíssimas".
Scliar disse que o valor de R$ 20 bilhões pedido pelo Ministério Público Federal em Campos pelos danos ambientais e sociais causados pelo vazamento "dá um indício do que é adequado". Segundo o delegado, as investigações apontam que a empresa atuava dentro dos limites de exploração concedidos, mas houve erro no planejamento do poço, que deixou de considerar aspectos capazes de causar uma pressão do reservatório superior à esperada.
Ontem, a empresa comentou o assunto e, por meio de nota, declarou que desde o início do vazamento "respondeu de forma responsável ao incidente e atua com transparência com todas as autoridades brasileiras". De acordo com a Chevron, "a fonte do óleo foi interrompida em quatro dias, e a empresa continua a progredir significativamente na contenção de qualquer afloramento de óleo residual". Ela ressalta que "continua a combater a mancha de óleo na superfície, cujo volume hoje é de menos de um barril".
Terra/Agência Brasil -

Nenhum comentário:

Postar um comentário