quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tomografia para "enxergar" poro de rocha


Especializada na análise de rochas do tiposhale (folhelhos), a Ingrain está de olho na abertura de um novo mercado no Brasil: os chamados reservatórios de óleo e gás não convencionais. Segundo a companhia, com a interação dinâmica dos fluidos nas rochas é possível responder quanto petróleo vai ser produzido em um reservatório deste tipo.
"Folhelhos ainda não estão bem adotados no Brasil. Se abrir este mercado aqui temos total interesse. Somos especializados em analisar este tipo de rocha. A Ingrain está preparada para quando isso quando acontecer", informou Marcus Ganz, "chief executive officer" (CEO) da companhia, que participou em agosto do 12º Congresso Internacional de Geofísica e da Expogef 2011, no Rio de Janeiro.
Para Ganz, duas tecnologias desenvolvidas internamente são o carro-chefe da empresa: a tomografia computadorizada (CT Scanning), que permite revelar os espaços existentes entre os poros das rochas e uma posterior modelagem computacional, para se obter propriedades e características das rochas.
Idealizadas pelo fundador da companhia, o pesquisador Amos Nur, da Universidade de Stanford, estas soluções permitem, segundo Ganz, obter a análise de rochas com precisão e em muito menos tempo do que os laboratórios tradicionais.
"Os resultados obtidos pelos estudos de plugs em laboratórios tradicionais possuem limitações devido as grandes heterogeneidades encontradas em carbonatos e folhelhos". Um laboratório convencional pode levar até dois anos para fazer um estudo da dinâmica das rochas enquanto a Ingrain os realiza em seis semanas. "Essa é uma vantagem muito grande, pois a rapidez dos resultados permite um maior número de avaliações preliminares aos modelos a serem desenvolvidos, diminuindo assim as incertezas e o tempo de desenvolvimento do projeto" explicou Ganz, acrescentando: "Estamos digitalizando o último pedaço da indústria do petróleo que é a análise de rochas".
Segundo o executivo, a solução da Ingrain já foi aprovada pelos clientes e está sendo utilizada em diversos lugares do mundo, incluindo Oriente Médio. A empresa montou um laboratório em Abu Dhabi para atender empresas de petróleo que atuam naquela região. O laboratório principal fica em Houston (EUA), nos Estados Unidos, onde a empresa mantém sua sede e há cerca de um ano e meio vem expandindo sua atuação para todas as bacias terrestres daquele país, atendendo cerca de 50 companhias de petróleo que contrataram a Ingrain para realizar estudos sobre reservatórios de óleo e gás não convencionais.
Ganz está na Ingrain desde janeiro de 2010. Ele trabalhou na Schlumberger por 29 anos. É casado com uma brasileira e fala bem o português. Ele acredita que, dependendo do comportamento do mercado, uma boa parte das análises poderá ser feita no Brasil. A empresa já importou equipamentos para montar um laboratório na filial do Rio de Janeiro e contratou profissionais brasileiros para atuar nos projetos em desenvolvimento no país.
Geofísica Brasil

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