Empresa concederá 4 mil bolsas em convênio com o órgão, que, assim, duplicará sua oferta para 12 mil
Desde que a economia brasileira começou a dar sinais de recuperação, o tema "apagão de engenheiros" entrou em pauta. Para ajudar a evitar que esse cenário se agrave e para estimular a formação de novos profissionais, a Vale e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) vão investir, em 2012, R$24 milhões para duplicar o número atual de bolsas de iniciação científica e tecnológica em engenharia no país, que passará para 12 mil.
A parceria vai viabilizar o programa Forma-Engenharia, que irá oferecer, durante 2012, quatro mil bolsas para estudantes do ensino médio e técnico, graduação e professores de universidades brasileiras.
Do nível técnico para a graduação em engenharia
O CNPq também está investindo em outros programas para atingir a meta de duplicar as bolsas de iniciação científica. Afinal, o Brasil, entre os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), é o que forma menos engenheiros por ano, o que provoca um déficit de mão de obra qualificada no setor.
- A ideia é fazer o aluno ficar dentro da universidade, inclusive após as aulas, com atividades nos laboratórios, por exemplo - explica Sandoval Carneiro, gerente geral de parcerias e recursos do Instituto Tecnológico Vale (ITV).
O Forma-Engenharia foi concebido para atrair alunos de nível técnico, com o objetivo de, posteriormente, levá-los a fazer uma graduação em engenharia e aumentar o número de formados no país.
- Em 2009, o Brasil tinha cerca de 180 mil vagas em cursos de engenharia, mas só 110 mil foram preenchidas. E 50% dos alunos desistiram no meio do curso. Muitos jovens que têm vocação seguem outros caminhos porque não têm contato com a universidade. A formação técnica pode ajudar a atraí-los - diz Carneiro.
Até fevereiro de 2012, deverá ser lançado o edital do programa, através do qual universidades de todo o país poderão se inscrever para concorrer a receber as bolsas.
- Daremos prioridade aos projetos que estejam relacionados com as áreas de maior interesse da empresa, como as engenharias de minas, elétrica, mecânica e metalúrgica - afirma o gerente do ITV, acrescentando que instituições do Norte e Nordeste são especialmente incentivadas a participar. - Mas vamos contemplar universidades de todo o país.
Além dos alunos de graduação e de nível técnico, professores que sejam vinculados a departamentos de engenharia também poderão receber o auxílio do Forma-Engenharia, o que ajudará a montar laboratórios e a estruturar programas de trabalho.
Estudantes poderão ser contratados pela Vale
Depois que o projeto começar a funcionar, as universidades selecionadas terão que enviar relatórios de evolução para a Vale, que, atualmente, tem uma demanda por engenheiros maior do que a oferta disponível no mercado.
- A companhia vai acompanhar esses dados e monitorar o desempenho dos alunos, que poderão, posteriormente, ser contratados para trabalhar - afirma Carneiro.
Após a realização do primeiro edital, a Vale pretende avaliar os resultados do projeto para ver se dará continuidade ao Forma-Engenharia em 2013.
- Se os resultados forem conforme os esperados, a Vale dará continuidade aos investimentos. Formar engenheiros é uma prioridade - conclui.
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