sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sistema de monitoramento sísmico permanente

A entrada em operação, em dezembro passado, da plataforma P-57, FPSO instalado no campo de Jubarte, na parte capixaba da Bacia de Campos, marcou também a partida do primeiro Sistema de Monitoramento Sísmico Permanente (SMSP 4D) utilizado no Brasil. A tecnologia permite que a Petrobras monitore a movimentação de fluidos - óleo e água - no reservatório ao longo do tempo.
A tecnologia foi importada da PGS e o arranjo arquitetônico feito pela própria petroleira. O sistema funciona com cabos fixados no fundo oceânico e o sistema de recepção de dados e os canhões de ar instalados no próprio FPSO.
A Petrobras montou na plataforma uma sala de aquisição, que é responsável pela operação do SMSP 4D. A expectativa é fazer por ano de quatro a cinco ciclos de aquisição de dados, que serão interpretados por equipes em terra. No momento, a companhia está preparando as linhas sísmicas para a primeira aquisição do sistema, que deve ser feita no início de 2012.
A empresa estima uma série de ganhos com a tecnologia, sobretudo de prazo, já que não será mais preciso fazer licitações para adquirir dados em Jubarte. "Não é só uma questão de valor. Com a tecnologia você define ciclos e garante que, de ano em ano, fará a aquisição. Quando não é assim, há uma série de eventos nos quais não há controle", diz o gerente de Reservas e Reservatórios da Petrobras, Carlos Eugênio Melro da Ressurreição.
O SMSP 4D também deve ajudar a aumentar o fator de recuperação do campo. Hoje, a Petrobras trabalha com um fator de recuperação médio de todos os seus campos em torno de 30%. "É como se você estivesse fazendo uma ultrassonografia do reservatório. Com isso, você consegue revitalizar seus projetos", garante Ressurreição.
Como o sistema ainda está em fase de implantação de infraestrutura, a Petrobras ainda não estima os ganhos financeiros. É fato, contudo, que o monitoramento constante permite, entre outras coisas, uma localização mais precisa dos poços.
"Perder um poço no mar é um custo muito grande. Com o monitoramento permanente, esse risco diminui", diz o gerente.

Marlim, o próximo candidato

A Petrobras já estuda a utilização do Sistema de Monitoramento Sísmico Permanente (SMSP 4D) em outra área de Campos. O campo de Marlim, adianta o gerente-geral de Reservas e Reservatórios da empresa, Carlos Eugênio Melro da Ressurreição, também pode ter seu reservatório monitorado da mesma maneira pela petroleira. O objetivo é tentar adiar o declínio de produção da área. Marlim é hoje o terceiro maior campo em produção do país, com 250 mil barris diários.
Brasil Energia

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