Rio - Com uma área de 350 mil metros quadrados na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio está ao lado dos principais laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras. Com a descoberta do pré-sal no Brasil e, em especial, no Rio, o local começou a atrair a atenção de grandes empresas nacionais.
O diretor do parque da UFRJ, Maurício Guedes, diz que hoje boa parte das atividades da unidade é voltada para o desenvolvimento de tecnologias que atendam à demanda do óleo e gás. "Mas outras centros de pesquisa também querem se instalar aqui como a L'Oréal e a Siemens", afirma ele.
Com sete empresas instaladas, seis selecionadas para entrar no parque este ano e mais cinco em construção, o local totaliza investimentos de cerca de R$ 800 milhões, que serão aplicados até 2014. Trabalham no parque hoje cerca de 800 pessoas e, até 2013, serão cinco mil.
Superintendente de Competitividade da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio (Sedeis), Sérgio Teixeira destaca que a instalação de novas empresas trará ainda mais inovação para o município e estado do Rio. Segundo ele, o papel fundamental dessas empresas é desenvolver tecnologia, o que irá atrair ainda mais investimentos.
Teixeira explica que grandes empresas atraem médias, e essas, as pequenas. "O efeito multiplicador é enorme, pois a expertise e o conhecimento não têm fronteira", diz, assegurando que polos de tecnologia estão sendo estudados para o Grande Rio.
Líder mundial faz testes no Fundão
Líder mundial na fabricação de equipamentos submarinos para a indústria do petróleo, a FMC Technologies inaugurou na segunda-feira, no Parque Tecnológico, o terceiro Centro de Tecnologia da multinacional. Os outros dois ficam nos Estados Unidos e na Noruega.
A unidade ocupa 22 mil metros quadrados, com um enorme pavilhão para testes em escala real. Ali, foi testado o equipamento encomendado pela Petrobras, o SSAO - Separador Submarino Água-Óleo, que já está em fase de testes no campo de Marlim Sul. O local abriga o prédio da Engenharia, onde 300 profissionais desenvolverão projetos e pesquisas de novas tecnologias submarinas.
Seis novas empresas no Parque Tecnológico
Em 2012, seis novas empresas vão se instalar no Parque Tecnológico Rio, ao lado de grandes centros de pesquisa. Parte delas saiu da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ.
A PAM Membranas é a primeira empresa brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. "Também pode ser usada como sistema de filtragem para cerveja, retendo mais micro-organismos", diz o fundador da empresa, Ronaldo Nóbrega.
Outra que se instalará no parque é a Ambidados, empresa surgida no Laboratório de Instrumentação Oceânica da UFRJ. Ela oferece serviços e produtos para a indústria de petróleo e gás. "O nosso foco é o monitoramento ambiental", explica o engenheiro eletrônico Eduardo Almeida D'Azevedo.
Produto nacional enfrenta concorrentes
Especializada em instalações submarinas em águas rasas (até 30 metros da lâmina do mar), a carioca Lestcon Engenharia desenvolveu um equipamento com tecnologia inteiramente nacional para atender ao mercado e competir em iguais condições com as concorrentes multinacionais. A empresa investiu R$ 5 milhões para construir um ROV (equipamento submarino) apropriado para o enterramento de dutos.
Maurício Lamenza, um dos donos da Lestcon, conta que as empresas estrangeiras cobram cerca de US$ 1,2 milhão por quilômetro de duto enterrado com um metro de profundidade. "O nosso equipamento pode ser empregado para o mesmo serviço, com mais produtividade, por cerca da metade do preço", aponta.
Ele lembra que o equipamento possui o conteúdo nacional necessário para atender às exigências da legislação e do mercado.
Fábrica de conhecimento
Passados oito anos da sua criação, o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, se consolida como um dos principais polos de pesquisa e desenvolvimento do País, ao receber novas empresas iniciantes e centros de excelência de multinacionais. Na segunda-feira, foi inaugurado o Centro de Tecnologia da FMC Technologies, empresa líder mundial na fabricação de equipamentos submarinos para a indústria de óleo e gás.
Além da FMC, seis novas médias empresas (Aquamet, Ambidados, Ambipetro, Inovax, Virtualy e Maemfe) foram aprovadas pelo Conselho Diretor para ocupar espaços em prédios compartilhados do parque. Dessas, quatro são empreendimentos graduados da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, duas delas spin-off (iniciantes) de laboratórios da própria universidade.
O diretor do Parque da UFRJ, Maurício Guedes, avalia que a chegada de grandes empresas, como FMC, GE, Siemens e Usiminas, dá visibilidade para a integração com empresas menores de outras áreas do conhecimento.
De acordo com o professor, a consolidação do parque de tecnologia proporcionará o desenvolvimento no estado de novas empresas no ramo de materiais, eletrônica, robótica, automação, design, biotecnologia e meio ambiente. "Ainda teremos décadas de crescimento em todo o estado", afirma Guedes.
Empresas instaladas
SCLUMBERGER - Atua na área de óleo e gás e prospecção geofísica
BAKER HUGHES - Fornecedora de equipamentos, serviços e softwares para óleo e gás
FMC TECHNOLOGIES - Atua em soluções de exploração e produção submarinas para óleo e gás
BR DISTRIBUIDORA - Laboratório sobre técnicas de pavimentação e novos tipos de asfalto
ILOS LOGÍSTICA - Empresa de logística que nasceu na Coppead/UFRJ
ESSS ENGINEERING - Especializada na área de óleo e gás
PAM MEMBRANAS - Produz membranas de microfiltração para o reuso da água
Em instalação
Aquamet, Ambidados, Inovax, Virtualy, Ambipetro e Maemfe
Em construção
Usiminas, Halliburton, Tenaris Confab, BGE&P Brasil, EMC Somputer Sustems Brasil e Siemes
Em negociação
L'Oréal e GE
Nenhum comentário:
Postar um comentário