Modelos de plataformas e navios são monitorados por computador em tanque da Coppe.
Imagine construir uma plataforma de extração de petróleo e só descobrir quando ela está em alto-mar que ela não funciona adequadamente. É para evitar isso, entre outros motivos, que a Coppe fez o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano), no Fundão.
Nos dizeres estampados no imenso prédio amarelo, "a Coppe construiu um oceano para expandir as fronteiras do conhecimento do mar".
O "oceano" em questão é uma piscina de 40 metros de comprimento, por 30m de largura e 15m de profundidade, que tem um gerador de ondas como equipamento principal, além de complexos sistemas de correntezas e de ventos, com controle de velocidade. Tudo é controlado por seis potentes bombas Rolls Royce a diesel, de 1.000hp. Com 21 milhões de livros d'água, é o maior tanque do gênero no mundo e tem aplicação freqüente, principalmente depois da descoberta do pré-sal.
Assim como o supercomputador da Coppe, o laboratório oceânico tem como principal cliente a Petrobras hoje - 75% da demanda - e vê o parque tecnológico da UFRJ, a Ilha do Patróleo, como uma oportunidade de maior uso do equipamento, tendo em vista que as empresas atuam no setor de energia. Entretanto a empresa pública deve continuar a ser o cliente primordial.
Um poço central com mais 10 metros de profundidade, totalizando 25m, faz do tanque mais profundo mundo, destinado à simulação de exploração de petróleo em águas profundas.
Com um computador possante, é possível simular todo tipo de ambiente, como ondas formadas por vento em diferentes áreas do mundo, que variam do Golfo do México, ao Sudeste asiático ao Mar do Norte, por exemplo. "Senão não reproduz adequadamente." As ondas no laboratório podem atingir até 52 centímetros de altura, e os períodos variam de 0,5 segundo a 5 segundos.
A precisão dos modelos usados também deve ser milimétrica. É o próprio laboratório que fabrica os navios e plataformas em miniatura, em sua oficina, a partir de uma máquina superprecisa, que obedece aos comandos diretos de um computador. "Não podemos errar mais de um milímetro na proporção dos modelos, senão os testes perdem precisão. Chegamos a encomendar modelos artesanais, porém são mais caros e sem precisão", explica o professor da UFRJ e coordenador do LabOceano, Paulo de Tarso Esperança.
A máquina usada é uma adaptação de um modelo que fazia pranchas de surfe, e o material das maquetes é poliuretano, porque precisa resistir a forças estruturais, como no mar. "Não basta uma maquete de arquiteto, é preciso resistir a forças estruturais, ter estrutura interna. São normalmente feitas de poliuretano, e os lastros são de chumbo e aço", disse Paulo.
A escala varia de 1:100 a até 1:10, e os modelos de navios e plataformas variam de tamanho, chegando a 3 metros, 4m e até 5m: se o navio tem 300 metros, o modelo tem 3m. Para os testes, monitorados por computador e filmados, são fabricados até os minipropulsores, réplicas dos motores que mantém a estabilidade das plataformas, mesmo com o balanço do mar.
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